Maternidade Evangelina Rosa pode perder pediatras
e construtora paralisa reforma por falta de pagamento e irregularidades na estrutura física

Desde que vinha cumprindo a maioria das exigências a partir de inúmeras fiscalizações e interdições éticas aplicadas pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI, a Maternidade D. Evangelina Rosa teve, em novembro do ano passado, a desinterdição com o compromisso de que continuaria as reformas e melhorias. No entanto, desde dezembro os problemas voltaram a acontecer e na última vistoria realizada nesta quinta-feira (23), o CRM-PI e o Ministério Público Estadual encontraram diversas irregularidades, como obra da reforma paralisada, lixo a céu aberto próximo ao estacionamento, infiltrações nas áreas antes reformadas e o mais grave, até o próximo mês de maio, se nenhuma medida for tomada pelo Governo do Estado do Piauí, cerca de 140 profissionais da saúde serão obrigados a deixar seus postos na instituição, entre eles 38 médicos pediatras, o que poderá gerar um caos nos serviços, uma vez que atualmente a maternidade já precisa no total de 58 pediatras.

A situação da D. Evangelina Rosa é grave, segundo a médica conselheira que vistoriou nesta quinta-feira a instituição, Drª Ana Cláudia Costa Araújo. Os cerca de 140 profissionais que estão prestes a perderem os empregos são todos oriundos de testes seletivos, que ingressaram em 2016, tiveram o contrato renovado em 2018 e, portanto, deverão sair neste ano, não podendo renovar o contrato por pelo menos dois anos, além de outros que possuem contratos precários. O Governo do Estado não cumpriu as solicitações das entidades fiscalizadoras que, há vários anos, vêm cobrando concurso público para os profissionais de saúde. Assim, 38 pediatras deverão deixar a maternidade. Levantamentos anteriores já mostravam a necessidade de contratação de pelo menos 58 pediatras e com esse déficit de 38 pediatras, a maternidade não terá condições de funcionamento.

Durante a vistoria, foi constatado que a empresa responsável pela reforma da UTI materna e UTI infantil paralisou os serviços, tanto por falta de pagamento, tanto por diversas pendências na estrutura física, que são serviços de responsabilidade da maternidade e que não foram cumpridos, entre eles o revestimento externo, não foi implantado um grupo gerador para suportar as novas UTI materna e neonatal e a maternidade também não terminou o projeto para implantação dos gases medicinais.

“É preciso que a maternidade resolva urgente esses problemas para a construtora voltar a trabalhar, fora a questão do pagamento. O projeto arquitetônico da reforma não obedece às normas da RDC 50, que são as normas que regem as reformas nas estruturas físicas dos estabelecimentos de saúde. Além disso, os gestores não fizeram um projeto de prevenção e combate de incêndios, e com isso o Corpo de Bombeiros não concederá o alvará de funcionamento da instituição”, alertou a Dra. Ana Cláudia.

Outra constatação durante a vistoria do CRM-PI e MPE é que a empresa responsável pela manutenção das incubadoras paralisou os serviços também por falta de pagamento, desde dezembro. Com isso, algumas incubadoras estão abandonadas junto com outros materiais descartados da obra. Com as chuvas, novas infiltrações em vários setores, água escorrendo pelas paredes e já deslocando a pintura e revestimento, inclusive de setores que já haviam passado por reforma. Na sala do diretor clínico, documentos sendo molhados por infiltração no teto. O piso na UTI Neonatal 1, que está previsto na reforma, totalmente deslocando e com sujeira. O CRM-PI também registrou entulho e lixo perto do estacionamento. “Com as chuvas acumulando água, tememos focos de insetos”, disse a conselheira.

Fonte: CRM-PI

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