Com relatos de aumento de casos de infecções e superlotação em hospitais de todo o Estado do Piauí com internações causadas por síndromes respiratórias, entre elas gripes, H3N2 e a própria Covid-19, que já ceifou em menos de dois anos, mais de 7.280 vidas no Estado, o Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI vem mostrando preocupação e cobra medidas mais enérgicas dos governos Estadual e municipais no sentido de tentar controlar os surtos, que só aumentam com o período das chuvas.

Dados recentes da Secretaria Estadual de Saúde – Sesapi assinalam que o Piauí já registrou 69 casos positivos para H3N2, e a morte de uma mulher de 72 anos pela doença.  Também foi registrado aumento de casos de Covid-19 em situação alarmante, como em municípios do litoral do Piauí. O CRM-PI considera que medidas urgentes precisam ser tomadas e mostra-se à disposição para apoiar com informações técnicas os órgãos de controle dessas doenças graves.

Para o presidente do Conselho, Dr. Dagoberto Barros da Silveira, ainda em dezembro, foi emitido o alerta do CRM-PI pedindo a todos, autoridades e principalmente à população, para evitar reuniões e festas no período natalino e de virada de ano, já temendo os desdobramentos negativos desses eventos. Para o CRM-PI, faltaram mais firmeza e fiscalização das autoridades de saúde, que vêm monitorando essas síndromes respiratórias.  No momento, já há relatos de enfermarias e unidades de terapia intensivas (UTIs), não apenas exclusivas de Covid, de vários hospitais Piauí afora com lotação máxima e pacientes já ficando sem o suporte necessário de atendimento, por falta de vagas, como é o caso do Hospital Tibério Nunes, em Floriano.

O que mais preocupa no momento é a dificuldade tanto dos profissionais de saúde, quanto da própria população saber diferenciar qual doença está prevalecendo, o que pode gerar dúvidas, desinformação e risco de novas transmissões. No caso da influenza, é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias. A doença tem início, em geral, com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar, quadro que também pode ser desenvolvido com a Covid-19, além de outras viroses respiratórias.

No dia 30 de dezembro, o Governo do Estado publicou mais um decreto sobre medidas sanitárias para o final de ano e réveillon. O documento voltado para o enfrentamento à Covid-19 não citava outras síndromes respiratórias e fazia a liberação de alguns eventos, entre eles atividades esportivas, sociais, culturais e artísticas, com restrições de público. No entanto, o decreto não foi cumprido, especialmente em locais onde o número de visitantes de outras regiões causou grandes aglomerações, a exemplo de Luís Correia e de Barra Grande, no litoral.

“É claro que em alguns municípios o decreto governamental foi ignorado, porém também é notório que as fiscalizações e medidas punitivas foram flexibilizadas, por isso tantas irregularidades foram registradas. É preciso um plano urgente de contenção dessas síndromes, tanto para resguardar a vida das pessoas, como para evitar um colapso maior no sistema de saúde”, disse o presidente do CRM-PI, que deverá pedir medidas mais rígidas para controle dessas doenças respiratórias para gestores da Sesapi.

 

ASCOM CRM-PI

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