Com laudo que confirma aumento de infecção hospitalar na Evangelina Rosa, CRM-PI esclarece que interdição ética visa resguardar a população

Somente no período de uma semana, após uma fiscalização de surpresa na maior maternidade pública do Piauí, a D. Evangelina Rosa, duas mães vieram a óbito no local e sob forte suspeita de infecção hospitalar, conforme denunciado pela presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí, Drª Mírian Palha Dias Parente, um dia após uma fiscalização, realizada no dia 12 de junho. Em uma das alas, onde se encontravam mulheres que passaram por cesariana e também na UTI materna, o CRM-PI constatou que no local da cirurgia de algumas pacientes havia indicação de infecção. Uma dessas pacientes, de apenas 32 anos veio a óbito, e na UTI, mais uma morte, que de uma infecção no local da cirurgia, teve quadro agravado para infecção generalizada.

Além disso, um laudo da Comissão de Combate à Infecção Hospitalar (CCIH) da MDER concluiu que aumentou o número de infecções de sítio cirúrgico, podendo estar relacionadas à descontinuidade do abastecimento de materiais e insumos, descumprindo as normas de protocolos de rotina da CCIH, bem como, a não realização da limpeza terminal e concorrente nos setores de forma sistemática.

Com o Indicativo de Interdição Ética aprovado por unanimidade pelo corpo de conselheiros do CRM-PI, no último dia 18 de junho, a direção geral da maternidade passou a ter um prazo de 30 dias para resolver os graves problemas descritos no relatório de fiscalização. E mais, o CRM-PI esclarece que vem a ser o último recurso a interdição ética, mas diante da gravidade da situação da maternidade, colocando em risco a vida de mães e recém nascidos, e depois de várias negociações sem muito sucesso com o Governo do Estado, por meio da Sesapi, que gere a instituição, não houve outra alternativa. Entre medidas emergenciais, o Estado informou contratar um laboratório terceirizado por um período de três meses e recursos na ordem de R$ 500 mil para a compra de medicamentos e insumos.

“É preciso deixar claro que essa medida de interditar o trabalho dos médicos dentro de alguns setores da maternidade tem como objetivo maior resguardar a vida de mulheres e seus filhos e também de resguardar o trabalho dos médicos, que estão expostos na sua profissão. No próximo dia 18 de julho, quando finda o prazo para avaliação do indicativo, uma comissão voltará na maternidade para avaliar cada irregularidade descrita no nosso relatório e caso não constatemos as devidas mudanças para o pleno funcionamento daquela instituição, no dia 23 de julho o Conselho se reunirá para decretar ou não a interdição, na qual nos setores apontados os médicos ficam proibidos de atuar”, explicou a Drª Mírian Parente. Além do CRM-PI, a fiscalização foi conjunta com a presença do Ministério Público Estadual e o Conselho Regional de Enfermagem, que também constataram as irregularidades, como a falta de reagentes para a realização de exames fundamentais para o diagnóstico e tratamento dos pacientes, falta de insumos e falta de medicamentos, além de péssimas condições de higiene e do piso, principalmente do centro cirúrgico e UTIs.

Fonte: CRM-PI
pisomaternidade

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